Portugal participa em debate da Expo sobre sustentabilidade e turismo
A pandemia COVID-19 veio intensificar os esforços globais para o desenvolvimento do turismo sustentável, colocando novos desafios em torno da proteção de destinos remotos. Foi este o foco de um painel de discussão organizado pela Expo, no dia 13 de janeiro – ‘World Majlis – Off the Beaten Path: Travel in the 21st Century’ – um evento com curadoria da Índia e Portugal na Semana do Turismo & Conectividade da Expo 2020.
Portugal esteve representado por Ana Paula Pais, diretora de Formação do Turismo de Portugal, e Luís Araújo, Presidente do Turismo de Portugal. Os restantes membros do painel foram Anne Hardy, professora de Turismo Cultural e Patrimonial da Universidade da Tasmânia; Conchita Espino, diretora executiva da Asociación Mar a Mar da Costa Rica; Rogers Valencia, ex-ministro de Comércio Externo e Turismo do Peru; e Dipak Deva, diretor administrativo da Travel Corporation of India.
Moderado por Saeed Al Saeed, Conselheiro de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores e Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, o painel constatou que cada vez mais turistas privilegiam destinos rurais a urbanos no período pós-COVID, o que tem vindo a causar um grande impacto nas comunidades locais e no meio ambiente.
Luís Araújo, que definiu o turismo sustentável como ‘uma força para o bem’, afirmou ser essencial que os locais encarem o turismo numa perspetiva de sustentabilidade.
Salientou ainda que os governos têm uma ‘enorme responsabilidade’ na definição de um novo rumo e destacou a estratégia de Portugal para os próximos anos: “Lançámos um plano a três anos, para acelerar a sustentabilidade no nosso país, que obriga qualquer empresa que trabalhe no setor do turismo a tornar-se 90% dependente de energias renováveis e estabeleça medidas de eficiência na gestão de água e resíduos, até 2027”.
Ana Paula Pais disse ser também fundamental reorganizar a formação em turismo e citou a necessidade de repensar e construir comunidades de aprendizagem: “O turismo é uma comunidade global. Os países precisam de reorganizar a formação na indústria [para melhorar] skills técnicos e soft skills.”
“Em Portugal, estamos a desenvolver vários projetos para reposicionar as escolas de turismo, de forma a criar uma rede de instituições assente na comunidade local, com a responsabilidade de atuar não só no turismo, mas também na cultura, desporto, saúde […] Precisamos de formar os trabalhadores do futuro de acordo com as necessidades das comunidades locais”, acrescentou.